14 de setembro de 2009

Metalinguagem

Estive pensando sobre o porquê de eu ter colocado esse nome no blog. Beleza que essa história toda da árvore azul tem muito a ver comigo (caso você não saiba, leitor, eu desenhava árvores e pintava de azul quando era criancinha), mas eu cheguei à conclusão de que na verdade, no fundo, eu queria era criar um espaço pra ser criança sem nem ligar (não que eu ligue pra alguma coisa né?). Tenho visto isso aqui como um lugar pra pensar alto, sabe? E confesso que tô gostando muito disso.
Liberdade pra escrever como quero é muito, muito, muuuito bom! Cara, tem coisa melhor do que falar (digo, digitar) sem se preocupar em escrever em terceira pessoa, sem repetir palavras ou ainda economizar parênteses, aspas ou vírgulas? Aah, brother, e por falar nisso, eu amo esse "trio": os parênteses pra poder pensar alto, como já disse, as aspas pra poder dizer (ou melhor, digitar) as coisas com outros sentidos e as vírgulas simplesmente porque gosto de vírgulas e elas fazem com que o modo como se lê pareça com o modo com o qual eu falo.
Acho que aqui posso descarregar a agonia que eu tenho tido de fazer todas aquelas redações de cursinho, toda semana. Eu, DEFINITIVAMENTE, não nasci pra me preocupar com número de linhas nem pra usar "fórmulas" de como se deve escrever, saca? O que falta pra as pessoas entenderem que redação não é coisa de exatas, hein?
Tenho descoberto que nem todo pensamento fica legal quando transformado em fala. Tem pensamento que é melhor ser transformado em palavrinhas. Eeeita! Eu sei que vou parecer uma nerd, mas eu nem ligo! Lembrei de um texto de uma questão de português que eu tava fazendo hoje, vou copiar um pedaço (a apostilinha tá na mesa do computador, genial, né?):

(Pausa para uma dúvida: "que parte do texto eu coloco? Vou colocar três trechinhos!)

O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
(...)
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
(...)
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso as palavras para compor meus silêncios
(Manoel de Barros)

Depois desse pequeno "surto" de cultura, peço perdão ao leitor ;)
Mas serinho, serinho, legal isso de usar palavras para compor silêncio, né? Agora, nesse momento eu tô fazendo isso: espondo (que por acaso é com X e foi um erro de digitação. E-X-P-O-N-D-O) algo que eu pensei, mas que eu nunca diria a ninguém do nada, sabe? Tem coisa que você praticamente fala pra dentro, né? Ah, é ISSO! Descobri o que é pensamento. Pensar é falar pra dentro, acho. (Enfim, perdão pelo segundo "surto".) Antes que eu esqueça: eu não resisti a copiar esse segundo trecho, acho que o poeta pensou em mim quando escreveu, falando do meu retardo e dos passarinhos :D A terceira parte me chamou atenção porque me deixou em dúvida quanto à informática e ao "inventar", acho que se relacionam, não?
Tô começando a viajar demais e tô com sono. Vou embora.

Mas, brother, falar digitando é MUITO bom!

1 comentários:

muito bom... tua cara esse textinho "viajado" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
 

Postar um comentário