4 de agosto de 2010

Insistência

Replantar as palavras é o que quero fazer. Torcê-las e dar-lhes novas formas. Não tenho o que queres de mim. Meu querer está acima disso. Vou insistir que mudes tu, que não sofra ao ver as cores se misturarem e se espiralizarem. Olha ao redor, sente comigo a sensação plena que trazem as cores misturadas do jeito que elas quiserem. Respeita-as. Anda passando um pincel na parede, pintando ondas coloridas aleatoriamente. Sem medo de se pintar e sujar. Se entrega aos novos desenhos, dá gargalhadas até que teus músculos doam. Se entrega ao meu jogo, vem comigo ser livre. Se fores livres, me libertarás também. Se não me entendes, me prendes. Qual é a graça de brincar só? Qual o sentido de me divertir com essa bagunça se me julgas? Se não fores comigo, não vai ser tão pleno. Dentro de mim, vou pensar que estás me olhando lá de fora com um olhar enrugado e não vou correr tanto quanto quero, não vou pintar com tantas cores. Vamos, por favor! Me dá a chance de te mostrar o quanto é bom ir a esses lugares que eu nem sei se existem. Não olha para onde estão todos olhando também. Você é capaz de navegar nos mesmos mares que eu. Feche os olhos e descubra que essa é a melhor forma de abri-los! Pare de marchar. Corra, ande, gire, patine! Perca o ritmo. Ouça a música que tem vontade, ouça a música das coisas e não mais a dos sons. Desista do óbvio, desista do que te ensinaram, apenas sinta. Se você sentir, verá que não precisa de alguém que te ensine, virá comigo buscar outros. Será capaz de proporcionar bons momentos e sensações. Não! Não me olhe assim! Vem cá pra a gente mudar as paisagens, não faz essa tua confusão! Tu enxergas os contornos do que está próximo, o que está distante tu vês borrado. Tira essa lente, borra tudo! Mistura as cores! Permita que fiquem nítidos só os teus olhos e os meus, nada mais.

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