10 de maio de 2010

Segundos de overloque

Parou no meio da estrada, sem que ninguém escolhesse o trecho. Dentro do meu egoísmo atemporal, "incronológico", não sou capaz de situar. Que parte do caminho os raios de sol vão iluminar primeiro? Onde está o avesso? Onde está o certo? Pra que lado está o mar?
Numa linguagem distante, só é possível entender que o de dentro faz parte do de fora. Vivi o que não vivi, joguei cartas que não joguei num tempo que não pode ser chamado de passado, presente, nem futuro. Respiro momentos não meus, que nasceram antes de mim. Desloco o tempo, as cores, os aromas e lugares.
O caminho? Não sei. A estrada? Perdi. As histórias? Estão por ai, desorganizadas sem saber onde despertar. São simultâneas e distantes, embora escritas por uma mesma tinta.
Sorteio as palavras, escrevo o MEU avesso, pulo overloques, nada de linhas! Pontuo espaços aleatórios, perdidos. Permito que desvende tudo, mas falo apenas o que sou capaz, uns pequenos fiapos de som. Que fique guardado, que voe no avesso, que vire e revire ao lado comum.

É o antes, o depois, o sempre. Tudo no devido avesso do avesso do avesso do avesso...

3 comentários:

Este comentário foi removido pelo autor.
 
Lua!!! Belíssimo texto!! A consciência do avesso coloca o verso e o reverso em equilíbrio. fico feliz em ti vendo inventar caminhos, essa é a única forma de sair do universo comum. o dentro faz parte do fora, interior e exterior se complementam. E o tempo? Passado, presente e futuro é relativo, A. Einstein provou matemática e fisicamente esta afirmação, Newton já havia falado de ação como parte da reação e o pensamento destes gênios são tanto exatos quanto humanos e filosóficos. Viva a inovação, viva o inexplicável, são portas pra novos caminhos. Bjos
 
Pois é, já dizia o meu post anterior do dia 02/04 (sobre o "ser exato")! HAHA. Só tu pra entender alguma coisinha que seja do que eu escrevo, brother. *:
 

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