27 de abril de 2011

Ao que está na ponta do lápis

Escreve certo por linhas tortas, torto por linhas certas, escreve sem linha, desenha, recria, apaga, deixa pra trás, ensina. Acima de tudo, ensina. Professor da vida, contador de histórias, seu nome é Paz, é Vida, é Pés. Nada cobra, faz e refaz, manda e desmanda, percebe cada curva, cada acento e cada vírgula. Ah, as vírgulas, as pausas! Ele as ama, lembra que são filhas, faz perfeitas e claras.
E lá vai a linha pra todo lugar, vagando por ai. E lá está Ele, por onde tiver linha, por onde não tiver, por onde quer que dê pra riscar e fazer faísca de vida. Entre morte e vida, se faz sangue em movimento, e todo tempo, sofre calado, sorri. Pede pra entrar, carrega toda a luta, todos os sonhos, todas as falas e todas as cruzes. Aleluia, Ele vive! Não importa, Ele vive! Vive em mim e em quem mais abrir a porta.
Sustento, alicerce, asa-delta! Nada melhor do que sentir seu sopro bater delicado nas folhas, nada melhor do que só uma certeza se fazer necessária para tanta vida! Nada como poder viver em todos os mundos e ter companhia, nada como estar em todos e um só lugar por vez.
Oxigênio, sangue nas veias, coração que bate e pulsa de uma vez, carimba, canta e se instala. Pedaço de dor que arrepia, joelhos fortes por tocar o chão, quadro em branco que se pinta gota a gota.
Deus, o motivo do bebê nascido, do sorriso dado, do abraço forte, do colo. Jesus, o dono da coragem, da força e da primeira lágrima escorrida. Os dois, um só Amigo, um só Pai, um só completador dos átrios, átomos e folhas. Preenchedor dos campos e rumos, Senhor de todos os lápis-de-cor, de todas as borrachas e piscares de olhos. Plural num artigo só, desenho de toda a perfeição, amor de criança. É a Ti, Pai, a Ti que dedico tudo o que eu tiver de paz e tudo o que eu tiver de eu. Obrigada, muito obrigada por cada borboleta que voa dentro de mim!

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