2 de setembro de 2010

Hoje e amanhã.

Insisto, resisto, existo e registro. Tenho página sem rumo, uma mais confortável, a página seguinte quer virar, aparecer, alinhar e amanhecer. O dia passa, o mundo gira e a noite vem. Do outro lado do mundo, tudo claro, aqui escuro e eu dentro da minha vontade de fazer girar tudo ao contrário pra poder enxergar o lado azul cheio de árvores. Sei, tenho que ir, sair daqui, parar de viver as letras só pra mim e te deixar caminhar por elas também. Difícil. Tenho medo de te deixar desfrutar dos meus sabores de um jeito mais "técnico e juiz", vai arder. Preciso te analisar, te fazer fantoche meu e viver a tua fantasia. Sou egoísta no mundo das fantasias, gosto das minhas, mas para realmente ser, sei que preciso das tuas. Te criar não é tão fácil quanto inventar a mim mesmo, sei que acordando para ti, corro riscos de gostar desse desafio. Sou amante do desafio que quer ser frio e precisa que alguém o esquente, é teimoso e necessita que alguém o manipule e o entregue ao seu próprio caminho. Perdoe-me, serei obrigado a te questionar. Fazer minhas próprias interrogações me engrandece, mesmo após ver folhas minhas - só minhas - irem embora com o vento. Preciso aprender como queres que faça as tuas e até então, me julgarás. Me dirás tuas preferências sem me dizer uma palavra. Serás instrumento meu pensando que sou teu, ou quem sabe serei teu, pensando que és meu. Hoje faço pra mim o que eu espero um dia ser pra ti, amanhã farei pra ti esperando que nos tornemos um só.